segunda-feira, 26 de setembro de 2016

 jason o criador de brinquedos



Não tenho muitas lembranças do meu passado. O rosto dos meus verdadeiros pais estava desfocado na minha mente. Eu tinha apenas alguns flashes da minha infância, nomes sem rostos e escuridão total.
Aos nove anos de idade algo aconteceu comigo. O trauma foi tão grande que me fez querer esquecer a maior parte da minha vida, felizmente ou não, eu esqueci. Minha única lembrança vívida, porém, muito nebulosa está relacionado a quem devia ser meu melhor amigo antes do trauma. Era uma imagem dele ainda borrada na minha mente, de fundo uma risada junto com a melodia de uma caixinha de música. Se eu forçar bem, ainda podia ver seus olhos castanhos e cabelos mogno escuro. Lembrei-me de seu sorriso amigável, mas nada mais. O resto desapareceu na escuridão.

Sem ninguém saber do meu passado, eu fui levado à um orfanato. Impressionantemente fui adotado. Madalena e Steven me trouxeram de volta a sensação e calor de ter uma família, era um sentimento que eu também havia esquecido.



Minha amnesia me levou à testes e exames psicológicos, semana após semana, mês após mês e ano após ano. Até que lentamente começaram a acreditar que era um caso irreversível. Por um lado, eu queria saber o que aconteceu comigo, mas por outro, uma estranha sensação de angustia me fazia acreditar que era melhor eu não querer saber o que aconteceu.

Obviamente isso trouxe consequências para mim. Era uma sensação de ser perseguido por algo.
Especialistas disseram que nasci com um material genético no DNA que está relacionado a uma memória especial que foi continuamente estimulada. Não se sabe a cause nem o que realmente e apesar dos meus esforços eu mão conseguia me concentrar no que foi armazenado e esquecido nessa memória.

Eu me sentia como se estivesse sendo vigiado constantemente, mas não por pessoas, me sentia vigiado pelos brinquedos no meu quarto. Era estupido eu sei, no início eles eram apenas brinquedos, mas uma vez e outra, grandes olhos redondos olhavam para mim. Desde que eu era pequeno eu sempre pensei que os brinquedos de pelúcia do meu quarto estivessem vivos e muitas vezes eu tentava provar. Eu olhava por um instante para fora do meu quarto entre a porta, depois voltava meus olhos para onde estava minha atenção e quando meus olhos passavam por um relance eu tinha a impressão de ver os olhos piscarem.

Se brinquedos eram uma das minhas poucas lembranças que me fazia sorrir, as coisas mudaram. Uma vez e outra, brinquedos olhavam para mim, quase parecia que estavam testando minha sanidade e eu não aguentava mais. A ideia de estar ficando louco preenchia minha cabeça. As vezes parecia que eles se moviam, virando seus rostos para mim e outras vezes faziam barulhos no meu quarto. Não podia ser verdade, era impossível. Porque esses pensamentos me assombram?

Porque eu odeio tanto brinquedos? Então, porque não me livrar deles? Eles poderiam ser doados a outras crianças ou simplesmente poderia joga-los fora.
Um dia eu tentei, eu realmente tentei, mas quando tomei um deles nos braços, fui preso a um forte sentimento de ansiedade obscura.

Eu sempre acabava trazendo-os de volta para seus lugares na estante, na minha cama ou nas prateleiras, então eu comecei a tomar tranquilizantes.
Havia apenas um brinquedo que eu levava comigo à noite, apesar da minha idade, eu não conseguia me separar dele. Eu sentia um calor familiar que devia ter começado antes da minha amnesia.
Eu o encontrei em meu armário no orfanato e desde então nos tornamos inseparáveis. Era o Sr. Coelho, ele tem orelhas flexíveis, de um lado era vermelho e do outro, cor de caramelo. Ele usava um colete preto com duas mangas longas que se arrastava até os pés e tinha elegantes pontos em cada borda do tecido. Seu pequeno olho esquerdo foi costurado com um tampão feito a partir de um botão preto de camisa. Era divertido, mas parecia ser o único brinquedo inofensivo.  Devido a paranoia com os outros brinquedos, eu voltei a dormir junto com o Sr. Coelho. Eu acreditava que ele poderia me proteger.

Naquela noite eu deixei ele escapar dos meus braços para debaixo da coberta, escapei do meu sono instantaneamente e minhas antigas paredes rangeram.
Eu estava parado no escuro, incapaz de me mover ou entender como fui parar lá, rodeado apenas por um agudo silêncio. Algo viscoso agarrou meu pulso e apertou com tanta força que a dor percorreu por todo meu corpo. Um conjunto de unhas pontudas como agulhas lentamente começou a penetrar minha carne. Eu o via cortando minha pele e me fazendo sangrar. Eu gritava e chorava, mas a risada cobria o som dos meus apelos desesperados.

- ELA PERTENCE A MIM - Uma voz sussurrou. Dentro desse abismo de escuridão, dois olhos verdes brilhantes apareceram diante de mim apenas alguns centímetros do meu rosto.

- VOCÊ É APENAS UM IMPECILIO PARA MIM! HAHAHAHA – Aquilo começou a gargalhar da minha dor enquanto eu era perfurado por unhas que mais pareciam agulhas ou facas.


Ele me furou e mexia com ferramentas enferrujadas dentro de minha carne, ele dizia que estava ali para me consertar. Notei uma porta aberta, era a única coisa que podia fazer distinguir na escuridão. Meus olhos estavam embaçados pela dor, mas pude notar algumas pessoas que na verdade pereciam muito menores. Eu vi que eles não eram pessoas reais. Eram brinquedos de pessoas e bonecos, nesse momento eu senti uma forte sensação de náusea tomando conta de mim apenas por olhar para eles. Algo neles fez meu estomago se revirar, eu sentia como se aqueles bonecos já tivessem sidos pessoas reais.

- ELA PERTENCE A MIM.

Com isso eu acordei, meus olhos estavam bem abertos e meus batimentos cardíacos estavam tão acelerados que eu podia senti-los batendo na minha garganta. Com dificuldade para respirar eu me sentei na cama e esfreguei os olhos e notei que estava suando. Deixei meu coelho cair no chão de cabeça para baixo, me abaixei para pega-lo e colocá-lo de volta na cama. Minha respiração voltava ao normal, mas a imagem daquelas unhas pontudas, todo aquele sangue e aqueles brinquedos assustadores foram incluídas na minha mente.

Eu nunca tive um pesadelo daquele antes. As sensações foram terrivelmente reais. Eu ainda podia sentir aquelas garras fazendo buracos na minha carne, mas eu estava tranquilo por estar acordado. A porta rangeu e minha mãe entrou pelo quarto, assim que ela viu meu rosto exausto seu sorriso desapareceu.

-Querido? Você está bem?
- Sim mãe, foi só um pesadelo. Agora estou bem.
-Ok, Deise veio te visitar e está te esperando na sala.

Com isso eu sai da cama, eu estava acabado e eu não queria que minha melhor amiga me visse assim. No espaço de alguns minutos eu sai do meu quarto pronto. Na minha pressa eu estava sem folego.

-Finalmente! – Disse Deise sorrindo.

Eu conheci Deise na escola e desde então nos tornamos inseparáveis. Ela era uma pessoa muito generosa e bem-vinda na família. Meus pais apreciam suas boas maneiras, mas o que eu amava nela era uma atitude em particular, ela nunca me perguntou nada sobre meu passado. Eu tive a oportunidade de falar da minha amnesia com confiança.

O dia estava agradável e ensolarado, portando ficamos debaixo de uma árvore no jardim. Conversávamos lá enquanto a árvore nos servia de abrigo contra o sol. Eu levei alguns lápis de cor e folhas para passarmos o tempo. Deise logo cansou de desenhar e foi colher algumas margaridas para coloca-las em suas tranças loiras enquanto resmungava algo sobre Luisa, uma menina que se achava o centro das atenções. Enquanto ela falava eu ficava desenhando sem tirar os olhos do papel.

- Quem é esse? Ela me perguntou ao ver meu desenho. Era como se eu estivesse em um estado de transe naquele momento, eu falhei minhas pálpebras contra o papel e me senti bastante confuso ao ver repetidas vezes o mesmo desenho.


- Eu não sei;
Eu não tinha ideia de quem ele era. A imagem mais nítida mostrava a imagem de um homem vestindo um colete preto com um casaco extravagante e volumoso nos ombros. Tinha um sorriso bonito e feliz e dois olhos amarelos que estavam um pouco cobertos por sua franja. Ele usava roupas escuras e na mão segurava uma caixa azul, semelhante a uma caixinha de música.
- Acho que devo ter visto em algum desenho.
- Ah, entendi. Vou comprar um sorvete – Disse Deise, mudando logo de assunto nossa conversa, aparentemente não muito interessada.

Naquela mesma noite tive outro pesadelo e esse era pior que o último. Sonhei com a figura escura novamente, que me torturava brutalmente e repetia a mesma frase outra e outra vez.

- ELA PERTENCE A MIM.

Acordei as duas da manhã com minha respiração ofegante. Eu me virei no sentido contra a parede, coloquei as mãos no meu rosto e respirei fundo.

- Foi só um sonho, foi só um sonho – Eu sussurrei. Então eu olhei para o Sr. Coelho ao meu lado. Ele estava olhando diretamente para mim com os olhos negros e de raiva, eu me assustei e o joguei no chão. Desde que comecei a dormir com essa coisa, meus sonhos se tornaram pesadelos. Me virei para descansar as pernas e em seguida senti algo tocar meus pés.


Ergui os olhos e notei um brinquedo sobre minha cama. Um brinquedo que eu nunca tinha visto antes na vida. No começo eu estava congelado no meu lugar, tudo que podia fazer era olhar para ela. Não entendi como ela foi aparecer lá. Minha mente começou a pensar sobre meus verdadeiros pais terem deixado esse brinquedo de presente. Talvez eu não gostasse tanto assim desses brinquedos, para dizer a verdade a presença deles me incomodava.
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Essa era uma boneca peculiar de cera, em uma de suas pernas havia uma corrente presa a uma bola pequena, mas pesada, como se fosse para evitar que a boneca fugisse. Ela tinha um cocar de margaridas em seus cabelos, usava um vestido branco de renda bordado com fita amarrada em torno da cintura. Seus braços eram longos e tinham dedos longos de forma que não era normal para uma boneca. O que mais me chamou a atenção era uma rosa que ela tinha no meio da boca como se ela tivesse sido silenciada.

Olhei mais de perto examinando sob o luar, eu toquei seu rosto e percebi que havia algo de errado, me ajoelhei e tentei olhar ainda mais de perto, então eu ouvi algo. Uma espécie de som fraco... parecia como um... apito... eu senti uma pulsação, vinha do brinquedo!

Eu gritei e me levantei aterrorizado derrubando ela no chão, eu tremia violentamente e fui ao canto da
parede gritando por meus pais. Então de repente, tudo se tornou surreal.

A parede ao lado tinha o quadro que começou a tremer, a parede ganhou relevo como se houvesse bolhas entre a tinta e o cimento. Gradualmente as fissuras apareceram e aumentaram em número. O quadro na parede caiu no chão revelando uma porta atrás dela. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo, essas coisas só acontecem em livros ou em nossa imaginação, mas para minha surpresa eu sentia que algo estava vindo daquela porta. Então via as mesmas mãos negras e pontiagudas que eu presenciava em meus pesadelos.

- Você não gostou da visita de Deise? – Disse a criatura na porta – Eu não gostei disso, sabe? Ela chorou muito.

Deise? Como assim? Olhei em volta, confuso, procurando a presença da minha amiga que obviamente não estava lá. No final, meus olhos observavam a boneca. Aquele cabelo loiro me parecia estranhamente familiar. Prendi a respiração, um pesadelo, isso só poderia ser outro pesadelo. Peguei a boneca do chão e levei até perto do meu rosto com minhas mãos trêmulas. Eu coloquei meu ouvido perto de seu peito e ouvi um som junto com o apito. Era, batimentos cardíacos!

-Deise? Deise! – Eu gritei desesperadamente. Tinha que ser um pesadelo. Algo assim não poderia estar acontecendo.

Percebi que meus pais estavam próximos ao meu quarto, eles devem ter me ouvido gritar, mas a coisa estava bloqueando a entrada. Meus pais começaram a bater fortemente na tentativa de invadir o quarto, eu estava em pânico sem saber o que fazer. Não era como nos sonhos, o monstro era real como nos pesadelos de tortura. Meu coração estava batendo tão forte que eu comecei a sentir a dor e a suar frio e o tremor nas minhas mãos estavam difícil de controlar.

O monstro continuava na porta imóvel. Na penumbra pude ver seu sorriso maligno como se estivesse esperando alguma reação minha. Tentei libertar a boneca da corrente de cera que parecia pesar toneladas para seu tamanho. Forcei, forcei e forcei enquanto o apito que vinha da boneca se tornaram mais intensos até que eu senti algo molhado sob minhas unhas. Olhei para minhas mãos e estavam cobertas de sangue. A corrente parecia fazer parte dela e os pequenos cortes que fiz na corrente não estava ajudando em nada. A boneca que supostamente era Deise estava sofrendo, seus apitos eram mais horrendos, mas sua expressão permanecia impassível a de uma boneca. Eu tremia em horror. Eu tinha que me conter e de repente a criatura pegou no meu braço.

- Nathan, você está machucando ela! – Exclamou o ser dos olhos esverdeados – O Sr. Coelho também não gostou de ser derrubado, mas eu te perdoo. Você se juntará a eles se continuar com essa malcriação;
  ­ Que diabos é vocês? – Eu tremia como um louco tentando me libertar enquanto meus pais tentavam arrombar a porta. A Expressão dessa criatura estava cheio de admiração pela minha pergunta.
- Eu sou Jason, o criador de brinquedos – Exclamou ele – Seu fiel amigo e único que realmente pode confiar!

Ouvir seu nome fez algo mover em minhas memorias, como um choque elétrico que percorreu todo meu corpo. Meu pai conseguiu quebrar a porta e acendeu a luz. Quando finalmente vi seu rosto minha mente explodiu, fazendo relembrar de todo meu passado, de todas memorias que estavam enterradas na mente.

Me lembrei do dia que encontrei ele pela primeira vez. Brinquedos floresciam de suas mãos, lembrei-me daquele sorriso agudo e sádico. Naquele dia eu o deixei muito irritado, ele esperava que eu desse mais atenção a sua arrogância, ele acreditava que merecia tudo de mim. Então ele se cansou e mostrou quem realmente era. Ele se revelou e aniquilou todas as pessoas importantes em minha vida. Ele sequestrou meus amigos para transforma-los em seus brinquedos, no início eu admirava ele por poder fazer tal coisa, eu era estupido por pensar assim. Foi inútil eu correr pela casa porque a porta azul reapareceu no meio da sala. Ele abateu meus verdadeiros pais e teve sua vingança, levando eles para longe de mim e quase me pegou também, mas consegui escapar de suas garras e corri o tanto quanto pude para longe dele mas o cheiro de sangue e carne decomposta persistia no ar.

- Foi você! – Eu estava possuído pela raiva e comecei a golpeá-lo com minha mão que estava livre dele. – Você que matou eles! Você! Eu continuei batendo nele, mas Jason continuava a sorrir, parecia que eu estava fazendo cocegas nele. Ele não tinha remorso algum por ter arruinado minha vida. Ele é um animal possessivo escondido atrás de um rosto bonito. Ele foi capaz de me dar tudo e depois arruinar minha vida. Ele era um ser maligno.
- É claro que fui eu minha esplêndida criatura! O Sr. Coelho foi um presente que eu criei pra você sempre lembrar de mim. – Ele sorriu para si mesmo. – Eu já fiz muitos, muitos brinquedos pra você com pessoas vivas, mal posso esperar para te apresentar a sua futura dona, Mareanda, mas você pode chama-la de Mandy se preferir.

De repente, algo acertou a cabeça dele mas quebrou em pedaços. Meu pai tinha um porrete de madeira, ele acertou o golpe na cabeça do monstro, mas a madeira foi quebrada. O sorriso de Jason se tornou uma careta de ódio e ele pressionou com mais força em meu pulso. Ele se virou e quando viu o rosto de Jason ele abriu os olhos arregalados e minha mãe cobriu a boca para abafar seus gritos. Meu pai não perdeu tempo em me libertar novamente. A vara quebrada no meio atingiu o rosto do Criado de brinquedos, na mesma hora puxei meu braço e consegui me libertar.


Corri junto com meus pais para fora do quarto. Rapidamente corremos para entrada, meu pai abriu a porta, mas em vez de termos a visão da frente do nosso jardim, havia um workshop do Jason.
- Nathan, eu vou lhe dar uma última chance! – Jason disse em uma voz baixa descendo as escadas – Eu vou pintar as paredes dessa casa com o sangue de todas as pessoas que você ama HAHAHAHA!
-Para cozinha, rápido! Nós corremos para a cozinha, ouvindo o riso do monstro que nos seguia.
Agora eu tinha uma assombrosa certeza que não era mais um pesadelo. O terror se apoderou de mim e o sangue de Deise em meus dedos era mais real do que qualquer coisa que já senti.

Eu me virei:
- Cadê o papai?
Minha mãe pegou uma faca e ficou mais perto de mim me segurando pelos braços.
- Steven! – Ela gritou com uma voz tremula, mas suspiramos de alivio quando vimos ele vindo da cozinha.
- Depressa antes que ele... – Assim como eu, ela olhou para o rosto pálido do meu pai. Ele caminhava lentamente com um olhar fixo no espaço e com os olhos arregalados.
De repente ele caiu no chão e atrás dele apareceu Jason com um sorriso congelado. O criador de brinquedos olhou para mim com os olhos selvagens.
- Acho que a bateria do papai acabou, deixe eu dar uma recarregada HAHAHA! – Jason revelou uma chave mecânica gigante pregada na parte de trás do meu pai, estava manchada de sangue. Ele deu corda no meu pai como se fosse seu brinquedo, a medida que ele girava a chave meu pai gritava. Na segunda girada eu comecei a gritar também, cobrindo meus ouvidos para bloquear o som dos ossos quebrando, mas eu não conseguia tirar meus olhos do corpo dele se contorcendo como uma cobra agonizado em dor.
- Vai embora! Deixe meu filho em paz! - Minha mãe me abraçou com força contra o peito e apesar do terror e as lagrimas, seu rosto parecia como uma leoa que protege seu filhote.
- Cala boca vadia! Não é com você que eu quero falar! – Resmungou o criado de brinquedos, furioso ele apontou sua garra branca – Vem comigo meu velho amigo. Nós vamos nos divertir juntos novamente, vamos voltar com a alegria e risos de antigamente.
- Não! Você é um psicopata! Eu não quero me tornar um monstro como você e tenho certeza que ninguém mais nesse mundo quer ser amigo de um monstro. Quero que você suma da minha vida! Quero ter minha vida de volta!

Ao som de minha recusa o rosto de Jason escureceu e seus olhos brilharam em fúria. Ele entrou em delírio, se contorcia e balançava a cabeça em negação.
- Eu não entendo – Ele resmungou baixinho – Você não entende, né? – Agora ele gritou cerrando os dentes, o rosto dele era ainda mais assustador agora – Eu fui o único que estava ao seu lado enquanto seus pais preferiam trabalhar Eu fui seu fiel amigo quando ninguém mais era – ele chegou mais perto de mim – Eu te dei toda minha atenção e criei um monte de brinquedos do jeito que você queria, então você não me quis mais e me machucou! – Seus gritos eram tão altos que ecoava pelas paredes enquanto meu corpo estremeceu de terror a cada palavra. – Eu me livrei das pessoas que et machucaram, não lembra? Você me pediu isso, eu acreditei que você queria ser meu amigo para sempre, mas você preferiu esquecer de mim.

Então o rosto relaxado de antes sumiu por completo e deu lugar a um rosto de louco sádico.
- Depois de tudo que eu fiz por você, não há desculpas, há algo extremamente errado com você. Você é uma criança extremamente má. Mas não se preocupe, eu vou corrigir isso. EU VOU TE CONSERTAR POR COMPLETO!
-Q-que? – Minha voz tremia.
-Você ouviu ingrato! Eu vou te consertar porque você não está bem – ele riu – Você vai se tornar meu mais lindo brinquedo.
Minha mãe estava paralisada por Jason, de repente acordou do transe e apontou a faca para ele.
- Não se atreva a tocar um dedo no meu filho, senão eu juro que vou mata-lo.
Jason olhou para minha mãe com um olhar desafiador e lentamente se aproximou. Eu sabia que Jason não gostava de ser desafiado. A faca tremia na mão da minha mãe enquanto Jason lançava um olhar inexpressivo. Ela me empurrou para trás dela e pulou em cima dele, minha mãe esfaqueou seu coração e os olhos do monstro se arregalaram, se contorcia de dor, gritando e agitando as sobrancelhas freneticamente, minha mãe sorriu triunfantemente.
- Brincadeirinha!

Foi quando o sorriso de Jason ressurgiu, ele abriu os braços indiferentemente, sem se incomodar com a faca cravada em seu peito. Minha mãe ficou imóvel por alguns segundos, mas ela estava possuída pelo desespero e começou a esfaqueá-lo diversas vezes, tentando desesperadamente fazê-lo reagir de alguma forma. O som nauseante de carne perfurada pela faca podia ser ouvido claramente, mas Jason matinha o perfeito equilíbrio.

- Acho que já foi o suficiente – num piscar de olhos ele pegou minha mãe pelo cabelo e bateu violentamente contra o chão – Eu estaria em apuros se encostasse nele, foi isso que você tinha dito?
Eu estava ao lado de minha mãe, ajudando a se apossar de joelhos, um lado do seu rosto estava inchado. Meus olhos saltaram para o criador de brinquedos que estava à espera de uma revanche imediata, mas eu estava petrificado como uma pedra quando vi o que ele estava fazendo.

Ele desabotoou a camisa e dirigiu as unhas no próprio peito, perto das lesões que recebeu com a faca. Ele afundou suas garras em sua carne e remexia por dentro dele procurando alguma coisa. Na ferida apareceu algo se rasgando para sair, um liquido preto e espesso caiu no chão. Não era sangue, mesmo se fosse deveria estar muito apodrecido como algo que nunca vi na vida. Algo brilhou de sua caixa torácica exposta.
- Provavelmente você também se esqueceu do quanto eu me preocupo com uma ótima trilha sonora no ambiente, mas tudo bem.


Suas mãos expostas cobriam uma caixinha de música que ele retirou de dentro de si mesmo. Então ele veio, eu queria gritar, queria ajudar, mas o terror que havia testemunhado me deixou completamente paralisado para fazer qualquer outra coisa, o importante era que minha mãe me abraçou, mas levou apenas um breve momento para ele arrancar ela de mim. Ele não teve o mínimo esforço para toma-la. Com uma mão ele apertou suas garras no pescoço da minha mãe e com a outra segurou o braço dela que esfaqueou ele.
- Agora vou lhe mostrar o que acontece com quem tenta me machucar, mamãe.

Lentamente ele inclinou o braço dela na direção oposta. Ela gritou de dor, tentando se libertar, mas o criador de brinquedos tem uma força enorme que ele poderia quebrar os ossos dela para fora se quisesse, mas ele não queria isso, ele queria ver ela chorando de dor. As unhas afiadas começaram a penetrar a carne no pescoço na minha mãe, ela não ia conseguir se livrar dele nesse ponto, ela estava perdendo sangue e morreria em alguns segundos.

 - Ok tudo bem! Eu vou com você! Mas pare! -  Eu gritei com toda a força que me sobrou.
Jason olhou por cima com um olhar sério. Minha mãe estava ficando mais pálida devido a dor e a perda de sangue. Ela precisava da minha ajuda, mas não havia nada que eu pudesse fazer a não ser me entregar o criador de brinquedos.
- Eu vou com você, mas deixe minha mãe – Eu disse com uma voz trêmula – Afinal, nós somos amigos, certo? – Eu tentei fazer um sorriso convincente, mesmo que estivesse tremendo da cabeça aos pés e com os olhos cheios de lagrimas, Jason sorriu. Ele estava satisfeito e feliz pela sua vitória.
- Excelente escolha, Nathan. – Naquela hora, os braços voltaram a cor habitual, suas feridas foram curadas em poucos segundos e ele tomou sua aparência amigável habitual. Seu rosto voltou ao normal, mas eu sabia o monstro que estava escondido por trás daqueles olhos cor de âmbar.

Parece que Jason aceitou minha renúncia, mas antes de soltar minha mãe, ele tirou do bolso um pequeno rato vermelho. Era sem dúvida mais um de seus brinquedos, daqueles de chave de giramento, ele deu corda no brinquedo, agarrou a mandíbula da minha mãe e colocou o brinquedo dentro de sua boca.
- O que foi? O rato comeu sua língua? HAHAHA – Ele gargalhou para longe de si mesmo. Por um momento eu vi os olhos da minha mãe em amplo desespero querendo gritar, mas tampada pela mão de Jason.

Vi uma luz e em seguida... uma explosão.

Ela caiu de joelhos, queixo, nariz e olhos se tornaram apenas uma poupa de carne onde antes era seu rosto. Ela caiu no chão. Sangue saia do seu corpo manchando todo o chão. Sangue e pedaços de carne dela respingou no meu rosto, eu estava paralisado olhando e não acreditando que aquilo aconteceu com minha mãe. Jason não parava de rir.
-P-por que você fez isso?
A esmagadora sombra do criado de brinquedos me cobriu e ele se inclinou para mim, seu rosto foi marcado por uma rachadura causada pela explosão.
- Porque agora nós não somos mais amigos, você é um pedaço de merda insignificante para mim. E agora eu sou seu criador.

Então ele me agarrou pelo braço e me puxou para ele.

- AGORA EU VOU TE CONSERTAR... POR... COMPLETO!

CLOCKWORK: SEU TEMPO ACABOU!


creditos:  http://sigmapasta.blogspot.com.br/

Uma menina estava sentada em seu quarto. Ela tinha o cabelo castanho com pequenas tranças bagunçadas, assim como seus olhos castanhos que olhava para a porta. Ela abraçou sua girafa de pelúcia bem perto de seu pequeno corpo enquanto ouvia os gritos altos da discussão entre seu pai e sua mãe.
-Eu nunca deveria ter feito nenhum desses filhos – Gritou uma voz alta masculina – Tudo que eles fazem é reclamar e rabiscar as paredes…
Ele foi cortado pelo alto grito da mãe das meninas.
-Não fale assim dos seus filhos David! Elas são apenas crianças!
-Não fode Mary! Eu não quero ouvir suas desculpas inúteis! Já aguentei o suficiente com elas!
– E o que você pensa em fazer David?

A menina ouviu os passos altos vindo em direção ao quarto dela e ela abraçou ainda mais forte a pequena girafa.
A porta foi violentamente aberta e na porta estava o enorme e irritado pai segurando um livro grande e pesado em uma de suas mãos carnudas.
-Por favor! Pare com isso David! – Gritou a mãe.
O pai ignorou os gritos suplicantes de sua esposa. Ele agarrou a menina pelo pescoço, ela gritou, chutou, se contorceu e tremeu de medo. O pai das meninas ergueu o enorme livro didático em direção ao pequeno rosto da criança.
-Isso é pelos desenhos e rabiscos em minhas paredes! Sua vadia.




Anos mais tarde, a menina era conhecida como Natalie e agora tinha 17 anos de idade. Ela estava
sentada em sua sala, assistindo TV. O pai dela estava gritando sobre economizar alguma merda, mas ela há muito tempo não dava a mínima ao que ele falava e continuava mastigando um pouco de pipoca.
Ela também estava fazendo um desenho. Usando bastante o lápis vermelho ela desenhava sangue, ela gostava de desenhar sangue. Era uma satisfação estranha. Fora isso, a multitarefa nunca foi um problema para ela. Desde mais jovem tornou-se evidente para ela que era capaz de fazer tantas coisas ao mesmo tempo. Desenhos acabaram se tornando seu talento e paixão. Era sua maneira de escapar da realidade, quando algo ruim preenchia sua cabeça ou quando ela estava simplesmente entediada.
-Bem, chegamos – Ela olhou para uma grande fachada na escolha que dizia “Instituto Walker Vill de belas artes”. Ela suspirou cansada e saiu do carro, colocando a mochila no ombro. – Até mais – disse ela fechando a porta do carro. Ela entrou na escola, conversou com um casal de amigos, depois foi até seu armário no terceiro andar, ela pegou seus livros e só então percebeu que estava 5 minutos atrasada, ela correu para a aula. Sua professora de inglês, já nervosa com o atraso, veio até a mesa de Natalie.
-Onde está sua atribuição, senhorita Natalie?
-Eu, hum.. Esqueci em casa.
A professora resmungou enquanto voltava à sua mesa: -Seu tempo acabou, Natalie, Não me decepcione.
Natalie parecia intrigada com esse pensamento por um momento. Ela não sabia por que, mas essas palavras pareciam derreter ela. Ela simplesmente ignorou e voltou a ouvir a aula, e adormecer não muito tempo depois, é claro.
Mais tarde naquele dia, ela estava indo para seu armário se preparando para o quarto período e de repente, seu namorado, Chris, veio até ela.
-Hey… Quero falar com você depois da escola, ok?
Ela sorriu carinhosamente para Chris, embora estranhamente, ela não esperava nada. Ele foi sempre um cara doce.
Durante as aulas de francês, ela não se atreveu a prestar atenção, em vez disso, ela rabiscou uma coisa que ela adorava desenha: sangue, gore, pessoas sendo esfaqueadas e facas. Outras pessoas dizem que é muito obscuro ela desenhar essas coisas, mas ela não via nada de errado com ele.
– Senhoria Natalie!
Ela rapidamente cobriu os desenhos em seu papel e olhou para seu professor de inglês.
-Sim…
Ele gesticulou para mover seu braço com uma leve virada de cabeça.
-Mostre o seu trabalho.
Ela hesitante moveu o braço para mostrar a imagem de alguém sendo esfaqueado. O professor olhou perplexo, olhando para ela e para o desenho. Ela sorriu nervosamente.
-Apague isso e comece a fazer seu trabalho – ele disse em um tom calmo. Ela suspirou de alivio e começou a apagar a imagem – E senhoria Natalie – Ela olhou para ele – Seu tempo esta quase acabando, comece a fazer seu trabalho. Sugiro que comece agora. De novo ela resmungou com essa observação. O tempo sempre parecia estar contra ela, na medida em que ela se importava o tempo que se foda.
Após a aula, ela saiu da escola para encontrar seu namorado em pé, perto da calçada. Ela sorriu e se aproximou, esperando que os problemas daquele dia fossem esquecidos perto dele. Mas quando ela se aproximou, seu sorriso desapareceu. Ele não estava sorrindo de volta como de costume.
-Chris, aconteceu alguma coisa? O que você queria me falar?
-Natalie, eu acho que chegou a hora de cada um seguir sua vida, em pouco tempo teremos esquecidos um o outro.
Ela sentiu seu coração partido
-Esta terminando comigo? Mas por quê?
Ele deu um olhar severo.
-É a sua mentalidade, seus desenhos, eles me arrastam para longe de você. Acho que tem algo de errado com você, e a parte mais triste é que não me diz por que está agindo assim. Faz-me sentir irresponsável, então eu só… Não posso mais fazer isso… Nosso tempo juntos acabou… Eu sinto muito.
E com isso ele começou a se afastar.

Natalie colocou suas mãos na pia do banheiro de sua casa. Ela se olhou no espelho, seus olhos estavam se contraindo.
– Eu não vou me machucar como os outros. Serei mais forte.
Havia uma agulha e uma linha preta na mão.
– É inútil, não vai ajudar – Alguma sensação estranhar puxou seu subconsciente. Ela riu um pouco. – Não, eu estou fazendo isso porque eu quero. – ela levantou a agulha e a linha até o final do mesmo. Ela sorriu amplamente. – O tempo acabou.
Pedaço por pedaço, corte após corte. Mesmo com a dor excruciante, ela não lamentou, ela não choramingou, ela não chorou. Não havia mais lágrimas para derramar, tudo que ela fez foi sorrir. O sangue das perfurações caia gotejando na pia. Quando ela terminou, ela não se arrependeu e admirou seu trabalho prático. Ela acariciou os pontos horrendos ao lado de sua boca que se espalhou eu um largo sorriso. Ela sentiu o sangue quente e úmido em seus dedos e o lambeu com cuidado, consumindo o gosto metálico do líquido em puro êxtase.
Ela parou quando viu sua mãe através do reflexo do espelho com os olhos arregalados e o rosto pálido. De repente, ela sentiu a dor e gritou:
-Mãe?
Ela nunca se sentiu tão confusa. O que aconteceu com ela?

Sua mãe agendou uma terapia para ela. Natalie se livrou dos pontos e percebeu quanta dor trouxe então ela foi para o terapeuta. Ela usava um capuz, para não deixar ninguém ver. Ela sentou-se no assento de couro e olhou para mulher de cabelos loiros em frente a ela em silêncio.
-Seu nome é Natalie, certo?
Natalie apenas balançou a cabeça.
-Eu sou Debora e estou aqui para ajudar. Por favor me diga, o que tem te perturbado ultimamente?
Natalie levantou a cabeça.
– Tempo. O tempo tem sido meu problema.
Debora olha confusa.
– Como assim o tempo?
As mãos de Natalie segura o couro do assento.
– O tempo obriga você a viver com ele, progride lentamente ao longo da vida, controlando a sociedade, apenas para me torturar. Ele é um ciclo vicioso, o tempo não acaba, não abrange, não acelera. Ele é violento e nós vivemos através da tortura de não saber o que é realmente o tempo, não podemos avançar dentro dele.
Debora não tinha ideia do que estava dizendo. A terapeuta se inclinou mais perto.
-Querida, eu quero que você me diga o que aconteceu com você.
Natalie a encarou nos olhos. Fez uma longa pausa, ela sorriu exibindo as perfurações dos pontos ligeiramente abertos novamente.
-Por que você não me diz loira oxigenada. Você é a especialista aqui.
Debora parecia ter um olhar de irritada.
– Eu não posso ajuda-la até que você me dia o que está de errado, Natalie.
Seus dedos começaram a rasgar o assento de couro.
– Natalie não está mais aqui, não mais.
Com isso, os olhos de Debora se arregalaram, ela se levantou.
– Eu já volto. Por favor, espere aqui.
Ela saiu deixando-a sozinha. Natalie não se moveu, ela sentou-se perfeitamente imóvel. Depois de um tempo natural de espera e de impaciência, seus pais finalmente entraram. Ela ficou feliz de ir embora, mas ela notou as expressões de seus pais. Mesmo seu pai, tinha um olhar entristecido e estranho em seu rosto. No caminho, ela pensou que estava voltando para sua casa, e começou a adormecer.
Estranhamente ela ouviu uma voz sombria falando em seu sonho. Era como se a voz ecoava em uma escuridão eterna. – “Seu tempo acabou” – Ela acordou agitada e suor rolava pelo seu rosto.
Ela não estava em casa, ela não estava no carro, ela estava em uma cama, uma cama branca em um quarto totalmente branco. Ela olhou ao seu lado, vendo que estava ligada a um monitor cardíaco. Ela foi se levantar, mas de repente percebeu que estava limitada para se mover. Ela entrou em pânico, ela tentou lutar, mas fez uma pausa quando ouviu a porta à sua esquerda ser aberta. Um homem em uma camisa branca olhou para ela, com as mãos atrás das costas.
– Você deve estar muito confusa agora, eu posso imaginar, mas vou te explicar, nós só estamos aqui para ajudar. Seus pais concordaram em assinar um contrato para lhe dar algumas drogas mentais, na esperança de ajudar seu estado de espírito.
Ela abriu a boca para protestar, mas foi rapidamente silenciada.
– Você estará de volta ao normal em pouco tempo. Apenas tente relaxar. O tempo é seu amigo agora.
Ele se aproximou. Ela tentou se afastar, mas não conseguiu devido aos laços em torno de seu pulso e pernas. Ele cuidadosamente pegou uma máscara e colocou sobre a boca e o nariz. Ela tentou se livrar, mas sentiu-se sob o efeito das drogas e os seus olhos lentamente se fecharam.

De repente, ela acordou. Ela não conseguia entender o que diabos estava vendo.
Ela estava levando injeções múltiplas, sentia-se tonta, mas muito consciente de seus arredores. Sua frequência cardíaca estava começando a acelerar no monitor e os médicos tomaram conhecimento disso, eles olharam para ver seus olhos abertos. Um dos médicos estava gritando com outro. Ela não conseguia entender sobre o que eles estavam falando, mas de repente ela sentiu uma descarga de adrenalina e começou a tremer violentamente. Um dos médicos indo para segurá-la, mas por algum motivo hesitou em fazer isso. Todos os três médicos recuaram. Ela estava na beira da cama agora e arrancou a máscara e o tudo de seu braço, ela se levantou, começando a tropeçar, sua respiração engatou, sua visão ficou embaçada. Ela não conseguia se mover e de repente sentiu forte dores no peito. Ela agarrou o peito, onde seu coração estava, caiu de joelhos e cuspiu sangue, em seguida caiu no chão desmaiando.

Ela acordou lentamente, ela estava de volta na cada e os médicos estavam sentados ao seu lado. Algo deu terrivelmente errado, ela não sabia o porquê, mas sentia ódio contra o médico. Ele notou isso e desviou o olhar.

– Você não devia ter acordado enquanto estávamos dando-lhe as doses. Nós não sabemos como isso afetou você mas temos a sensação que vamos descobrir.

Ele parou por um segundo, antes de lhe entregar um pequeno espelho, sem olhar para ela.

Ele queria mostrar um efeito sobre sua aparência também, Ela se olhou no espelho. Seus olhos se arregalaram. Eles eram completamente verdes! Ela notou que ainda tinha a costura em sua boca, e por alguma razão ela se sentiu feliz. Sua frequência cardíaca começou a aumentar novamente, ela deu uma risada baixa. O médico olhou em choque vendo que ela estava de pé a poucos metros dele,

– Doutor – Ela disse, ainda rindo.

Ele tremia um pouco, pressionando um botão debaixo do monitor.

– Sim?

– Seu tempo acabou.

Um grito foi ouvido pelos corredores do hospital. Dois seguranças correram para o quarto, chutando a porta aberta. O sangue foi a primeira coisa que eles viram. Sangue nas paredes, cama, chão e até mesmo no teto. Natalie tinha levado o médico e amarrado na cama, sua coluna foi completamente fixada na cama que estava inclinada quase como um sanduíche e o corpo dele dobrado em uma posição anormal.
O sangue escorria de seus olhos, nariz, boca e lá no canto estava assassina, sorrindo, tirando fotos horríveis das paredes cheias de sangue seguida pela frase: “ Seu tempo acabou”.

Ela lentamente se virou para olhar para eles, com os olhos arregalados e um sorriso insano espalhado pelo seu rosto.

-Olá amigos, querem brincar?

A policia sacou rapidamente e antes que eles pensassem em atirar, ela rapidamente corre em suas direções com um canivete e faz um corte profundo, na linha da cintura, sangue e órgãos inundam e o policial cai no chão. O outro sacudiu a cabeça com medo, deixando sua arma cair. Ela caminhou lentamente até ele colocou a ponta da faca em seu peito.

– Seu tempo acabou.

Ela deslizou lentamente a faca para baixo percorrendo o caminho até seu intestino. Seus órgãos derramam no chão e logo depois seu corpo cai morto.


A mãe de Natalie estava dormindo em silêncio ao lado do seu marido. Ela acordou ao som de alguém batendo em sua porta, ela se levantou e saiu de seu quarto para ir abrir a porta. Chovia lá fora. Ela caminhou até a porta e parou quando estava prestes a agarrar a maçaneta. Ela ouviu um fraco riso, a chuva e o trovão parecia estar mais silencioso. Ela pressionou o ouvido contra a porta.

-Olá mãe.

Natalie chutou com força extrema, abrindo violentamente a porta, ela estava com duas facas na mão. Sua mãe cambaleou para trás, batendo a cabeça contra a chapeleira, ela agora sangrava incontrolavelmente, ela caiu no chão, paralisada, mas ainda consciente. Natalie se elevava sobre ela e lentamente se ajoelhou para ficar ao nível de seus olhos e lhe mostrou duas facas coberto de sangue grosso, vermelho.

– Eu estava sofrendo mãe – Ela passou a ponta das facas em sua bochecha cortando ligeiramente. Natalie inclinou a cabeça. – Você foi fraca. Você não fez nada – Tudo que sua mãe podia fazer era agitar e suspirar constantemente, como um peixe fora d’agua. Natalie pegou sua mãe, virou-a gentilmente, montou em cima dela e começou a fazer um “V” com um corte em seu peito. Sua mãe apenas suspirava e balançava. Natalie sabia que ela não tinha muito tempo de sobra. Ela começou a forçar e abrir a cavidade torácica de sua mãe com um alto estalo. Natalie coloca a mão dentro para pegar seu coração que bate lentamente em sua mão, pulsando cada vez mais fraco e mais fraco. Então ela o arrancou, o sangue se espalhou por todo o seu rosto. Ela olhou fixamente para sua mãe nos olhos enquanto ela morria lentamente.

– Bons sonhos – Ela disse para o cadáver de sua mãe – O seu tempo acabou.

Ela colocou o coração na boca de sua mãe, acariciando seu rosto suavemente e se levantou.


O pai de Natalie, David tinha acordado ao perceber que sua esposa não havia retornado. Seus olhos começaram a se ajustar à escuridão e de repente percebeu que Natalie estava ao lado da cama, sorrindo loucamente e com os olhos verdes brilhando na escuridão. O Sangue estava por todo seu corpo e o cheiro era insuportável. Ela fez uma expressão de uma falsa tristeza.

-Oh papai, a mamãe se foi! Agora quero saber quem vai conseguir dinheiro pra te bancar – Então ela agarrou seu pai pelo pescoço – Era só com isso que você se preocupava não é? Dinheiro era a única coisa que você gostava!

Seu pai, no entanto era lutador desde que criança, ele agarrou-a pelo pescoço e jogou-a no chão. Ele começou a bater em seu peito até que ela começasse a tossir sangue.

-Não se sente bem, papai? – Ela tossiu mais sangue – Afinal de contas, você nunca se importou com nó todos esses anos, não é?

Ele estreitou os olhos;

– Você não é minha filha!

Um sorriso largo ESPALHOU PELO SEU rosto e ela olhou para ele com os olhos brilhantes enquanto o sangue escorria de sua boca.

-Você está certo! Eu não sou sua filha!

De repente, ela o tropeçou, fazendo-o cair duro no chão, ela se levantou, com suas facas nas mãos.

– Eles dizem que quanto maior você for, mais difícil é para morrer!

Ela pegou um travesseiro e colocou em seu rosto e então começou a esfaquear fazendo que a lâmina atravessasse o travesseiro acertando o rosto de seu pai, e a cada golpe ele ficava menos agitado e o som de desespero diminuía.

Quando ela jogou a travesseiro para longe, seu rosto estava horrivelmente mutilado.
Ele estava gemendo, chorando de dor.

– Qual o problema, papai? É dor demais para você? – Ela ainda estacou suas duas facas em seu estômago, puxou a cama para mais perto dele e levantou-a colocando um os pés da cama sobre a faca e soltando para que todo o peso pressionasse sobre o corpo. Ele começou a engasgar e o sangue derramou de sua boca, sua respiração ficou em silêncio. Ela subiu na cama para exercer mais pressão sobre o peso e então seus órgãos explodiram para fora de seu corpo. O desagradável sangue preencheu todo o chão e os lados de seu rosto.
– Seu tempo acabou.

Agora, essa seria sua parte favorita. Ela discretamente esgueirou-se para o quarto de seu irmão. Silenciosamente abriu a porta com o sangue escorrendo de sua boca. Seu irmão não estava na cama, era evidente que ele deve estar escondido em algum lugar


– Irmão, irmãozinho – Ela começou a caminhar pra dentro. – Tudo o que eu queria, era fazer você se divertir um pouco. – Quando ela entrou mais, ela ouviu atentamente para qualquer som, qualquer respiração. Ela ainda cheirou o ar para seu cheiro pútrido, ela finalmente percebeu algo. Um barulho de respiração fraca.
* WHACK *Ela caiu no chão tremendo. Seu irmão estava atrás dela com um taco de beisebol agora sangrento. Ele estava olhando para baixo com raiva. Ofegante de raiva, ela tentou lentamente se levantar, mas ele bateu nela novamente.

– Mamãe sempre gostou mais de você! – Ele bateu com força uma última vez antes de tomar um fôlego. Ela estava sangrando muito. Seus olhos verdes caíram, brilhando fracamente na escuridão. Sentia-se fraca e olhou mais de perto até o teto. Ela lembrou os dias que ela passou por aqui. Sendo torturada, tendo que apanhar de seu pai pelas travessuras que seu irmão fazia, pelos desenhos nas paredes que ele rabiscava de propósito para ela levar a culpa. Ela sentiu uma onda repentina de energia para seu corpo. Ela começou a rir insanamente. Seu irmão tentou atingi-la novamente, mas ela usou sua mão para bloquear.

– Você está indo para o inferno, irmão.

Com um grande impulso, ela empurrou seu irmão sobre a cama e ele bateu com a cabeça contra a parede. Ele rosnou com raiva. Ela esfaqueou as duas facas em seus braços, mantendo-o preso à parede. Ele gritava e se debatia.

– Vamos ver o que podemos usar aqui.

Ela começou a andar ao redor da sala e sorriu, vendo uma faca de manteiga em seu lado da cama. Ela pegou e caminhou até ele.

– Eles dizem que os olhos são os órgãos mais macios do corpo.

Ela lambeu a faca. Ele olhou com horror quando ela começou perfurava seus olhos. Ele gritou em voz alta e ela rapidamente amarrou um pano em volta da boca.

– Shhh. Não queremos que você acorde os vizinhos.

Ele não era capaz de ver nada e a dor era insuportável. Sangue vazou violentamente de suas órbitas. Ele chorava, mas agora era incapaz. Ela pegou uma tesoura e caminhou até ele.

– Eu acho que você precisa se ​​soltar, irmão.
Ela esfaqueou a tesoura em seu intestino e ele gritou. Ela o tratava como um trabalho de artes: cortando sua pele como papel. Ela levantou os grandes intestinos.
– Você sabe que eu te amo? Macarrão artístico!

Ela começou a cortar os intestinos em seções.

– Estes podem ser um pouco grande demais para caber em uma placa, no entanto.

Ela desceu para os dedos dos pés e começaram a racha-los um por um. Em seguida, ela quebrou os dedos. Ele se engasgava em seu próprio sangue agora. Ela puxou o pano para baixo e sangue derramou de sua boca.

– Não, não irmão. Talvez isso vai fazer você se sentir melhor.

Ela colocou os dedos em sua boca, em seguida, enfiou em sua garganta. Ele engasgou e morreu.– Seu tempo acabou.A menina conhecida como Natalie entrou em seu quarto. No canto, viu sua girafa de pelúcia. Ela olhou para ele e, sem uma palavra, ela entrou no banheiro. Olhou-se e ouviu um barulho de uma pequena engrenagem. Ela olha para baixo e vê um relógio de bolso, ela olhou para ele. Ela pegou uma de suas facas, pegou o relógio de bolso e desmontou o relógio até que apenas o pequeno relógio foi deixado.

– O tempo faz você viver por meio de tortura. – Ela disse. Então começou lentamente a remover sue próprio olho esquerdo que ficou embaçado e vermelho. O olho caiu na pia. Houve um som de estalo que parecia que o relógio se encaixou perfeitamente em seu olho.
– Eu… Sou… Clockwork.
A jovem que antes era conhecida como Natalie se afastou de sua casa em chamas. No interior, a girafa lentamente queimava, juntamente com corpos de sua família.

AS NOVE DECLARAÇOES SATÂNICAS



1. Satan representa indulgência, em vez de abstinência!
2. Satan representa existência vital, em vez de sonhos espirituais!
3. Satan representa sabedoria pura, em vez da auto-ilusão hipócrita!
4. Satan representa bondade para quem a merece, em vez de amor desperdiçado aos ingratos!
5. Satan representa vingança, em vez de virar a outra face!
6. Satan representa responsabilidade para o responsável, em vez de se ligar a vampiros espirituais!
7. Satan representa o homem como um outro animal, algumas vezes melhor, mais freqüentemente
pior do que os outros que caminham de quatro, porque em seu “divino desenvolvimento espiritual
e intelectual”, se tornou o animal mais viciado de todos!
8. Satan representa todos os denominados pecados, pois eles se direcionam a uma gratificação
física, mental e emocional!
9. Satan tem sido o melhor amigo que a igreja já teve, pois ele cuidou dos seus negócios todos esses
anos!
  

As 11 regras Satânicas!



(1)-Não dê a sua opinião ou conselhos se a pessoa não lhe pediu!
(2)-Não dê importância às suas angústias ou problemas além do que é verdadeiramente necessário!
(3)-Quando encontrar com outras pessoas mostre-lhe respeito, ou do contrário, não as encontre nunca mais!
(4)-Se alguém lhe contraria ou lhe trata como a um animal, trate-o cruelmente e sem piedade!
(5)-Não faça uma investida sexual sem que o sinal para o acasalamento tenha sido dado!
(6)-Não dê o que não é seu, principalmente se isso for uma carga para a outra pessoa e venha a lhe provocar dissabores!
(7)-Reconheça o poder da magia que você empregou com sucesso para obter seus desejos. Se você renegar os poderes e a magia, depois de uma sessão, perderá tudo o que conseguiu!
(8)-Não se queixe de nada senão do que seja necessário!
(9)-Não faça mal às crianças!
(10)-Não mate os animais, salvo se for para salvar a sua vida ou se defender!
(11)-Quando sair, não perturbe uma pessoa. Se alguém lhe perturbar, diga-lhe para parar; se ele continuar perturbando, tome uma providência para que ele pare!

o jogo do banho






O Jogo de Banho ou "Daruma-san" é um paranormal que se originou no Japão. O jogo envolve a convocação de um fantasma grotesco que ira segui-lo todos os dias. O objetivo do jogo é fugir do fantasma e impedi-lo de pegar você.

Mas atenção: Aconselhamos a não jogar o jogo do banho. Dizem que jogar Daruma-san pode resultar em coisas muito ruins que acontecem com você.

Instruções do jogo:

    1-Antes de ir para a cama à noite, tire a roupa e vá para o banheiro.
    2-Ligue o chuveiro e desligue as luzes.
    3-Entre em baixo do chuveiro de frente para as torneiras na parede.
    4-Lave o cabelo enquanto repete as palavras "Daruma-san levante. Daruma-san levante."
    5-Enquanto você lava seu cabelo, em sua mente você deve ver uma imagem de uma mulher japonesa de pé em algum banheiro. Ela escorrega para frente e bate a cabeça contra a torneira enferrujada. A torneira fura o seu olho e a mata.
    6-Continue repetindo as palavras "Daruma-san levante. Daruma-san levante." até terminar de lavar o cabelo. Seus olhos devem permanecer fechados.

Você irá ouvir ou sentir um leve movimento no banheiro atrás de você. Mantenha os olhos fechados. Não espie. Você acabou convocar um fantasma.

A figura fantasmagórica de uma mulher vai se levantar para fora da poça de água atrás de você. Você vai se sentir a presença dela olhando para você, com a cabeça atrás de seu ombro direito. O cabelo dela é preto e emaranhado. Suas roupas estão esfarrapadas e apodrecidas. Ela tem apenas um olho. Seu olho esquerdo está aberto. Seu olho direito está faltando, deixando apenas um soquete de olho sangrento e oco.

Quando você sentir a presença do fantasma, diga em voz alta: "Por que você caiu no banho?"

Mantenha seus os olhos bem fechados, desligue o chuveiro, saia do banho. Tenha cuidado para não tropeçar e cair. Imediatamente deixe o banheiro e feche a porta atrás de você. Agora é SEGURO para abrir seus olhos. Não se enxugue nem se vista. Apenas vá dormir.

Na manhã seguinte, quando você acordar é que o jogo vai começar. O fantasma da mulher de um olho só vai seguir você. Sempre que você se virar para olhar, ela desaparecerá. Durante todo o dia, quando você olhar por cima do ombro direito, você poderá ocasionalmente ver um vislumbre dela. Ela vai ficar cada vez mais perto conforme o dia passa. Não deixe que ela te pegar.

Se você olhar por cima do ombro e ver que ela está muito perto, você deve gritar "Tomare!" que significa "Pare!" Em seguida, fuja o mais rápido possível. Isso permitirá que você se distêncie da mulher de um olho só.

Para terminar o jogo, você deve ver o vislumbre da mulher fantasmagórica e gritar "Kittá!" que significa "Eu te liberto!" Em seguida, mantenha a sua mão na frente de você e balance para baixo em um movimento de corte (como um golpe de caratê ).

Você deve terminar o jogo antes da meia-noite. Caso contrário, a mulher de um olho só vai aparecer em seus sonhos e segui-lo eternamente.

Existe algumas regras para este jogo:

    Não abra seus olhos quando o fantasma aparecer na invocação.
    Não permita que o fantasma tropece quando você sair do banho.
    Não volte ao banheiro depois de sair.
    Não se enxugue quando sair do banho.
    Não permita que a mulher de um olho só alcance você.

Um último conselho:

Não jogue este jogo. É muito perigoso. Convocando fantasmas pode resultar em você seja possuído por um demônio ou morrer de uma forma horrível. Você também pode tropeçar e cair no banheiro e ferir gravemente ou até se matar. Se você não conseguir terminar o jogo corretamente, o fantasma poderá continuar a te seguir para o resto de sua vida. Não jogue este jogo.